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Pozzobom mostra, mais uma vez, que 2º turno é com ele

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Desacreditado e dado, por alguns, como derrotado, Jorge Pozzobom (PSDB) chegou à disputa de segundo turno com um retrospecto nada favorável: estava atrás do oponente Sergio Cechin (Progressistas). A situação era tão adversa que, inclusive, os adversários acreditavam numa acachapante derrota do atual prefeito na urnas.  

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Até porque, por muito pouco, o tucano não ficou de fora da disputa de segundo turno, já que Luciano Guerra (PT) quase conquistou a vaga dele, no último dia 15. Quando as urnas se abriram, ontem à tardinha, Pozzobom largou na frente e, assim, se manteve até o fim. E intercalava entre 15 a 20 pontos percentuais à frente do oponente. 

TODOS CONTRA UM
Com mais de uma dezena de partidos aliados de primeiro e de segundo turnos, Cechin montou um aparato partidário e, igualmente, de militância que levaram o nome Cechin para os mais variados pontos do município - do campo à cidade. Já Pozzobom estava sozinho, quase que um náufrago à deriva e sem apoio - exceto do PCdoB que abriu pedido de "voto crítico" ao tucano.

Porém, o próprio tucano confidenciava a assessores e militantes - como forma de incentivo -, que situação idêntica ele tinha vivido, em 2016, quando, à época, disputou o inédito segundo turno contra Valdeci Oliveira (PT), e venceu o pleito com uma diferença de apenas 226 votos.

Desta vez, a eleição ganhou um contorno ainda mais dramático: o desgaste natural de ser governo foi elevado em função da pandemia.     

Ao longo da campanha, de pouco mais de 40 dias, o prefeito fez da pandemia o carro-chefe da propaganda eleitoral. Assim, ele se valeu dos feitos nas áreas da saúde e do desenvolvimento econômico para pavimentar a busca pelo segundo mandato. Aliado a isso, mostrou que resolveu problemas crônicos e históricos da cidade. Nos debates e nas falas dava sempre jeito de mencionar o vice-prefeito e adversário, Cechin, o algoz de última hora do tucano. Nesta relação simbiótica, e de rejeição recíproca, Pozzobom buscava mostrar ao eleitor que Cechin o abandonou. 

SEQUÊNCIA MANTIDA
Com a reeleição garantida, Pozzobom, agora ao lado de um novo vice-prefeito, o empresário Rodrigo Decimo (PSL), tem um desafio igualmente importante: não desacelerar o ritmo das obras viárias e de infraestrutura. É preciso, óbvio, mais. Será necessário, e urge a necessidade, de garantir uma retomada - contínua e segura - da economia.

O binômio saúde e desenvolvimento precisa seguir sendo o mote do governo. Mas é preciso imprimir um ritmo mais célere de retomada da economia. Decimo, com o trânsito e prestígio que tem no meio empresarial, será peça importante nisso. 

ESQUERDA PRESENTE
Com a unção da urnas, Pozzobom tem como avalista de um novo mandato todos os santa-marienses. Sem fazer qualquer distinção, o político reeleito sabe, contudo, que a vitória dele - de lavada - veio, em parte, das mãos de quem ele sempre pregou um discurso crítico e de deboche: do eleitor da esquerda. Frente à "ameaça bolsonarista", representada por Cechin com o apoio do senador Heinze (PP), a esquerda menos orgânica foi às urnas e deu ao tucano, ainda que contrariada, o voto que ele precisava.

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